Você sabe negociar no seu dia a dia?



Reconheça os sentimentos do outro antes de iniciar qualquer diálogo. E, só depois disso inicie a negociação.  Afinal, todos os dias, a todo momento, negociamos.
Negociamos com nosso parceiro, nossos filhos, nossos amigos, colegas, negociamos em todas as esferas da nossa vida, seja profissional, familiar, afetiva, seja amorosa etc. A reflexão é: qual é o maior aprendizado que levamos ao lidar com conflitos? Como podemos compreender o que não é dito, o que ficou nas entrelinhas?
Primeiro, vem a questão do conhecer a si mesmo! E isso serve incrivelmente para qualquer situação, e não só àquelas ligadas ao relacionamento amoroso. Realmente, o autoconhecimento impacta.
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Não dá para iniciar qualquer negociação, como decidir qual filme assistir, qual destino para as férias, qual o aumento salarial justo, qual a quantidade de carinho queremos etc., sem conhecer a nós mesmos, a nossos interesses e limites.
Bem, posto isso, fica mais fácil o segundo passo: conhecer o outro e seus interesses. Saber o que o move, o que o faz agir, o que o motiva. Compreender seus sentimentos, antes de qualquer julgamento. Afinal, somos diferentes. Temos histórias diferentes. Maneiras de enxergar o mundo e tudo o que nos chega de forma diferente. Nesse sentido, o que importa para mim, para o outro pode não significar nada, e, aí, por um problema de percepção, podemos pôr tudo a perder.
Depois, bem, depois é importante entender o contexto. O que está acontecendo no todo. Por exemplo: se eu quero passar as férias em um destino romântico e o outro quer um destino de compras, porque precisa de um novo notebook, um Ipad etc, bem, ou fazemos um “bem bolado” e encontramos um destino que nos proporcione momentos a dois e ainda contemple as compras, ou não sairemos do lugar…
Recapitulando, conhecer a si mesmo, conhecer o outro, compreender seus sentimentos, a forma como percebe a questão, compreender o contexto e, então, dialogar! Ouvir com atenção e amor. Falar com o coração…
Falar para esse outro como nos sentimos, o que é importante para nós, como somos, o que conta, o que precisamos, e ouvir, ouvir e ouvir… Além disso, é importante ter em mente que uma boa negociação tem como base a cooperação e não a competição. Não estamos lá para ganhar nem fazer o outro perder, para mostrar como somos melhores, como somos mais fortes e poderosos. Não estamos lá para manipular nem ser manipulados.
Não, em todas as escolas, a boa negociação é aquela em que os dois lados ganham. Aquela em que há espaço para transformar uma conversa difícil em uma conversa madura e cheia de amor e compreensão. E, para tanto, é preciso não ceder à pressão, não ceder à emoção.
Manter-se presente, atento, aberto e não desconfiado pode contribuir.
Parece difícil, e é!
Saibam que nós todos temos nossos pontos fracos, nosso calcanhar-de-aquiles, e, quando somos pegos de surpresa, nesse ponto, em vez de pararmos, respirar e NÃO ENTRARMOS NO JOGO, de repente REAGIMOS: explodimos com uma reação emocional que, muitas vezes, não tem nada a ver com o que estamos vivendo. Trazemos à tona nossa dor de tempos atrás e de tudo o que deixamos passar…
É o caso de quem foi traído uma vez e toda vez em que vai falar com o outro coloca essa questão em alto e bom som. Resolve? Dá para começar um diálogo sobre o problema aqui e agora, com base em um histórico de anos atrás? Dá para separar e discutir só o problema e não a relação, não o que ficou?
Pois é, é importante pensar nisso, é importante isolar o que está sendo negociado. Para toda negociação, é preciso ter claro em mente o que está na mesa. Se for o filme ou o futebol, que sejam esses o tema e não outro. Não vale aproveitar essa oportunidade para discutir os últimos anos da relação ou levar tudo para o pessoal e imaginar que o problema é com você ou, com o outro!
Vale aqui, para complementar, dizer que, depois que jogamos uma bomba sobre o outro, não há o que fazer. Você pode até tentar amenizar, mas uma bomba será sempre uma bomba… Grite, ataque, fale quando estiver irritado, e você vai se arrepender por todos os dias da sua vida!
Então, aprenda que negociar demanda também uma parcela de amor, demanda respeito e gentileza, consigo e com o outro. Ele, com certeza, faz o seu melhor, assim como você. Por isso, saia do pêndulo sim/não, sempre/nunca, amor/ódio e príncipe/monstro. Somos todos humanos e, como tal, imperfeitos negociadores. Se fechamos questão, com uma resposta sem saída, não caminhamos…
Saiba, ainda, que há casos em que o melhor a fazer é recuar, ganhar tempo, ou mesmo nem entrar na negociação. Por vezes, humildemente, temos de entender a hora de sair. Pense nisso.
Escolhas, sempre escolhas!
Sandra Maia é autora dos livros Eu Faço Tudo por Você — Histórias e Relacionamentos Codependentes, Você Está Disponível? Um Caminho para o Amor Pleno e Coisas do Amor.

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